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quarta-feira, 2 de março de 2011

Momento para refletir certos valores.

Recebi esse vídeo por e-mail e o achei simplesmente fantástico! Tanto na mensagem, como na maneira criativa e inteligente que passaram a mesma. Logo me lembrei, de algo recente que aconteceu comigo.  Fui convidada para fazer parte da equipe de um jornal que era de Curitiba e que veio para Tamoios - Cabo Frio - RJ. Pois bem, aceitei de imediato a proposta, não só por estar mesmo precisando de grana, mas a proposta que tive foi realmente muito boa. A única exigência que fiz, foi que eu tivesse a mesma liberdade que tenho aqui no Rebate, de escrever sobre o assunto que quisesse, dentro da proposta do tal jornal. Pois bem, tudo transcorria de uma maneira muito legal, até que... Começaram as censuras. Não com um argumento plausível, mas por pura ignorância e preconceito camuflados na "pele de cordeiro" da religião da dona do jornal.  Primeiro veio a censura sobre um personagem de humor que havíamos criado. O argumento: Tem um pano vermelho cobrindo parte da mesa, garrafas de algumas bebidas e velas. E por isso, só por isso, foi censurado como sendo macumba. Nem preciso dizer que de macumba ali não havia absolutamente nada, ou preciso? O tal pano vermelho é um lenço do PC italiano, entre as bebidas, vinho chileno e aguardente brasileira. As velas, duas, em castiçais luxuosos, faziam parte do contexto de toda uma gama de objetos de um cenário meticulosamente improvisado e improvável, tanto quanto o personagem e suas intenções. Claro que ficamos estarrecidos com um argumento como esse, tão "esclarecedor". Mas, até aí, decidimos aproveitar o personagem e a matéria para um outro jornal e tudo bem. Tudo bem? Como assim... Não demorou e, nova surpresa vinda diretamente dos lábios da dona do tal jornal, com ênfase no tom de indignação da mesma, ela nos contou que: "Imagina que o presidente de uma ONG gay de Cabo Frio me procurou, pedindo que eu divulgasse em meu jornal, sobre a  I parada gay que vai acontecer em Tamoios. Pedi desculpas a ele, não tenho nada contra. Mas, não posso publicar uma coisa como essa em meu jornal. O que vão dizer meus amigos, que me conhecem e sabem da minha religião?"
E isso porque ela nem sabia que havia uma matéria pronta sobre a parada gay de Rio das Ostras, organizada pela ONG Cores da Vida, que diga-se de passagem, foi bem organizada e muito legal. Nem adiantou tentarmos dialogar. Retiramos todas as nossas matérias e a maior parte da equipe de redação e criação se retirou desse "próspero e culto" projeto de jornal. Que saiu em sua primeira edição, com a presidente Dilma na capa, vestida de vermelho e fazendo com os dedos das duas mãos o símbolo de paz e amor, ou V de vitória. Seria a primeira mulher presidente do Brasil também macumbeira e os tais gestos com os dedos, não poderia ser então, de uma maneira subliminar, a representação dos chifres do diabo? Acredito então, seguindo essa linha de raciocínio, que mostrar um único dedo da mão, especialmente sendo ele o mais longo, não seja um gesto obsceno e sim, a sugestão de um unicórnio. Epa! Seria também o unicórnio um símbolo do capeta?
Será que já não passou da hora de rever certos valores, assumir as próprias ignorâncias e preconceitos e parar de usar o nome de Deus para justificá-los?

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