Cruz Vermelha
Brasileira apura
e denuncia desvios de
ex-gestores
Rio de Janeiro, 25 de julho de 2014.
Entidade solicita auditoria internacional para as próprias
contas e das filiais nos estados.
O resultado foi entregue as autoridades e
direção atual pede punição para os antigos dirigentes.
A Cruz Vermelha Brasileira deu o exemplo e teve coragem de
cortar na própria carne. A entidade
encomendou uma auditoria internacional e
independente para passar um pente fino em todas as suas
filiais e nas próprias
contas. A ideia da nova gestão é enviar o resultado da auditoria as autoridades
e exigir medidas que visem a recuperação dos recursos públicos desviados e da
imagem da centenária instituição.
A auditoria
conduzida pela empresa inglesa Moore e Stephens concluiu que os desvios estão
concentrados quase que exclusivamente nas filiais do Maranhão, Petrópolis e
Ceará. No total, foram encontrados gastos sem comprovação e movimentações
suspeitas na ordem de R$ 25 milhões. Recursos públicos e de doações que
deveriam ter sido empregados em projetos conduzidos por estas filiais entre
2010 e 2012 ou entregues a vítimas de catástrofes, como o terremoto do Japão.
A Cruz Vermelha Brasileira já entregou o resultado da auditoria
para o Ministério da Justiça e irá protocolar pedido de providencias judiciais
nos Ministérios Públicos federal e estaduais. A direção da entidade pedirá punição aos gestores dessas filiais a época em que ocorreram os desvios. A Cruz
Vermelha também estuda medidas judiciais que visem reparação pelos danos
causados a imagem da instituição perante a opinião pública.
De acordo com o secretário-geral da CVB, Coronel Paulo
Roberto Costa e Silva, a nova direção está empenhada em limpar dos quadros
todos aqueles que querem se beneficiar da CVB. “São pessoas que não entenderam
o princípio básico que norteia todo o pensamento da Cruz Vermelha, que é o
benefício do próximo, a atuação humanitária. Somos uma instituição centenária,
mundialmente conhecida e respeitada pela importância do nosso trabalho”,
comentou Costa E Silva. O secretário destacou que os projetos que ocorrem hoje em
todo o território nacional tem sido uma referência e é essa a imagem que a nova
direção pretende amplificar. “Gerimos uma unidade hospitalar que conseguiu,
inclusive, o selo de acreditação hospitalar. Ou seja, uma garantia de boas
práticas e de qualidade na prestação de serviços e de atendimento a população”,
finalizou.
Sobre a empresa de autoria: A Moore Stephens é uma das maiores
redes de auditoria e consultoria do mundo, formada por mais de 660 escritórios
e 300 firmas-membro, em 105 países. Está no ranking Top 10 da atividade.
A marca foi fundada em 1909, na cidade de Londres, com o
propósito de beneficiar o desenvolvimento e firmar a transparência de empresas
privadas e públicas, nacionais e multinacionais, de variados tipos, portes e
segmentos de negócio.
Fonte: site da auditoria
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Mensagem da Presidente Nacional da Cruz Vermelha Brasileira
Caros membros da Cruz Vermelha Brasileira, estamos
vivenciando um momento muito delicado na nossa instituição, que tanto amamos e
nos dedicamos. Porém quero dizer que esta exposição tem sido necessária para
que todos tomem ciência de que hoje a CVB tem uma gestão digna de seu trabalho
e honesta em sua administração. A divulgação pública desse passado recente deve
ser vista como um marco do que foi e que juntos não permitiremos que se repita.
Três anos de gestão deficiente e corrupta em ações diretas e específicas não
podem apagar outros de trabalhos relevantes da Cruz Vermelha Brasileira,
desenvolvidos em filiais em vários estados do Brasil. Por isso precisamos estar
juntos e não desistir de nosso sonho de renovar, reconstruir e acima de tudo
resgatar o belo trabalho desta intuição centenária. Sabemos que situações como
está já ocorreram também em outros países do mundo. Isso prova que não podemos
generalizar povo brasileiro como corrupto. Ao contrário somos uma nação
sensível, solidária e comprometida com as mazelas da população e que sempre
pôde acreditar na Cruz Vermelha Brasileira como uma organização séria e
cumpridora de sua missão de ajuda humanitária.
Lamentavelmente, em qualquer lugar,
existirão sempre pessoas desonestas que aproveitarão da infelicidade alheia, em
benefício próprio. Como algumas outras organizações respeitadas no Brasil, a
CVB, também foi vítima desta falta de escrúpulos. Mas acreditando no entendimento público, fizemos o nosso papel em denunciar os desvios as
autoridades competentes. Não podíamos assumir a direção da CVB fechando nossos
olhos para o passado e sermos coniventes com tudo isto. Agora é necessário
responsabilizar pessoas e não a instituição que tem sua missão acima de
qualquer conduta. Reflitam a Cruz Vermelhaé um BEM PÚBLICO e todos nós temos
responsabilidades com ela. Este é um momento de reflexão e mais do que nunca de
mãos à obra para limpar o nome da maior organização humanitária do mundo, no
nosso pais. Não critique e fique de fora. Sua palavras em favor do belo
trabalho, que você conhece e que a Cruz Vermelha Brasileira fez e sempre fará
não pode
ser sucumbido por atos inconseqüentes de uma minoria desonesta. Juntos
seremos mais
forte nessa luta, onde cada membro da Cruz Vermelha Brasileira
empunha sua
bandeira com orgulho, dignidade e honra.
Rosely Pimentel Sampaio
Presidente Nacional da Cruz Vermelha Brasileira
Sou voluntária socorrista da Cruz Vermelha Brasileira
há mais de 30 anos, já passei muitos dias, noites, madrugadas,
feriados, finais de semana, carnaval e sempre que pudesse e fosse
necessário, trabalhando em prol de ajudar humanitariamente o meu semelhante em momentos de desespero e dor. Foi nessa época e durante
esses trabalhos que conheci e convivi com a atual Presidente Nacional da
Cruz Vermelha Brasileira Rosely Pimentel Sampaio. Sei de sua dedicação
em prol da manutenção da idoneidade e transparência da CVB. E o que não podemos esquecer em momento algum é o trabalho prestado e a importância da Cruz Vermelha no mundo.
Jaqueline Serávia
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